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Ana Sabiá é artista visual e professora colaboradora no Departamento de Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Doutora em Artes Visuais (UDESC), mestra em Psicologia Social (UFSC) e licenciada em Educação Artística (FAAP). Participa ativamente da cena artística brasileira e internacional. Em 2017, premiada com o 1° lugar (categoria foto única) no 13° Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco (RJ); com o 2° lugar do júri oficial do Prix Photo Web Aliança Francesa (RJ) e selecionada em convocatória do SESC Galerias (SC) para a mostra individual “Do porão ao sótão”. Em 2019, convidada pela curadoria da 14ª Bienal Internacional de Curitiba (PR), expôs a mostra individual “Panorâmicas do Desejo”. Em 2020, com o trabalho “Jogo de Paciência”, foi selecionada no edital “Arte como Respiro: Múltiplos Editais de Emergência”, do Itaú Cultural (SP); no 25° Salão Anapolino de Arte (GO) e, na leitura de portfólio do FESTFOTO PoA (RS), obteve o Prêmio Aquisição pelo Museu da Fotografia de Fortaleza. Em 2021, a série “Jogo de Paciência” foi selecionada para integrar o 14° FESTFOTO; venceu o 2° lugar como projeto de livro na convocatória de fotolivro do 1° Festival Imaginária (SP); teve exposição individual na Huit Galerie em Arles e projetada no PhotoFestival de Marseille (França). Em 2021, o trabalho “Do porão ao sótão” venceu o Prêmio Foto em Pauta de fotolivro, sendo publicado pela editora Tempo d’Imagem. Em 2023, “Jogo de Paciência” foi publicado como livro de artista em parcerias com as editoras Lovely House e Tempo d’Imagem. Atualmente, desenvolve pesquisas a partir do corpo, surrealismo e auto-representação como estratégia de problematização crítica de temáticas que perpassam feminismos, identidades e autobiografia

 

EXPOSIÇÃO: CORRESPONDÊNCIAS

© Ana Sabiá

 

Qual a imagem da tua identidade?

Que país é esse?

O que eu diria à criança que fui?

Sou racista?

Quais os sentimentos despertados pelo confinamento?

O que me surpreende?

Quem pensas que és?

Qual o valor do meu trabalho para o coletivo?

Quais momentos me sinto livre?
Quais escolhas influenciaram meu destino?

Quais monstros escondo sob sete chaves?

Quais são as coisas do mundo que me olham?

As anteriores perguntas, de modo aproximado, abrangem o clássico desafio filosófico próprio da espécie humana: ‘Quem sou?’, ’De onde vim? ‘Para onde vou?’ Considerando o inédito contexto pandêmico e o isolamento social, tal introspecção faz-se mais consciente no “conhece-te a ti mesmo” na busca de lidar de maneira menos intransigente ante as impossibilidades.

A historia humana é feita de adversidades. Do nascer ao morrer, desde o início dos tempos, a vida é tecida por histórias de amores e lutas. Em que instante a minha história individual se entrelaça à das demais bilhões de pessoas desde que o mundo é mundo? Quais foram/são/serão as contingências que tramam tais aparições?

Essas interrogações nortearam a construção do meu trabalho no qual sou tanto destinatária quanto remetente destas Correspondências. A partir de antigos retratos de pessoas desconhecidas, comprados em sebo e feiras, respondo às proposições em metáforas justamente intentando não encerrar a reflexão mas, ao contrário, expandi-la para além de mim.

 Através daquelas faces desconhecidas busco reconhecer a minha e, no esforço de revitalizar suas existências, me debato a preencher os evidentes hiatos entre suas histórias e a minha própria.

Ana Sabiá,  quarentena, 2020-21

 

 

 

 

 

 

 

 

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