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Eduardo França nasceu no Rio de Janeiro, Brasil. Formado em engenharia, trabalhou durante 35 anos nesta área. Ao se reformar em 2018, passou a se dedicar, em tempo integral, à fotografia.
Em 2021 concluiu o Curso de Fotografia Profissional no Instituto Português de Fotografia, no Porto, e atualmente cursa o Mestrado em Comunicação Audiovisual – Especialização em Fotografia e Cinema Documental, na Escola Superior de Media Artes e Design do Instituto Politécnico do Porto.
EXPOSIÇÃO: 300MM – FRAGMENTOS
© Eduardo França
Este pequeno ensaio fotográfico parece ser um contrassenso. Explico.
Inicialmente a fotografia foi entendida como a arte da verossimilhança, embora este conceito tenha sofrido alterações ao longo do tempo, seus dois principais gêneros, o retrato e a paisagem, ainda mantêm enraizado a representação da realidade.
As características esperadas de uma fotografia de paisagem foram alteradas neste ensaio.
A começar pela distância focal utilizada, em geral são utilizadas grande angulares para abranger o máximo de elementos possíveis no quadro; neste ensaio utilizou-se uma teleobjetiva de 300mm, que normalmente é destinada a detalhes.
Ao invés das imagens terem sido obtidas utilizando tripé, filtros e disparadores que permitem maior qualidade da imagem, utilizou-se uma configuração que permitisse fotografar com a câmera na mão, quando foi necessário foi alterada a sensibilidade do sensor (ISO).
Uma vez definida a composição da imagem e o momento da captura, que traduzem a interpretação do fotógrafo, a relação espaço temporal dos elementos da imagem permanece inalterada; neste ensaio cada imagem foi obtida a seu tempo, quebrando a relação temporal, e não se tem a totalidade dos elementos nem suas interligações, o que destrói a relação espacial.
Para completar o estranhamento, as fotografias capturadas, os fragmentos da realidade, são apresentadas em preto e branco, com orientação retrato no tamanho de 6cm x 9cm, montadas em polípticos numa moldura tamanha A4.
Vila Nova de Gaia, 13 de agosto de 2022
Eduardo França