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1987, Lisboa, Portugal.
Mário Cruz estudou fotojornalismo em Cenjor – Escola Profissional de Jornalismo.
Em 2006, começou a cooperar com a LUSA – Agência de Notícias Portuguesa / EPA – European Pressphoto Agency.
Desde 2012, tem-se concentrado nos seus projetos pessoais dedicados à injustiça social e questões de direitos humanos:
“Recent Blindness” – Vencedor do Prémio Estação Imagem, 2014 “Roof” – Vencedor do Prémio Magnum 30 Under 30 Award, 2015 “Talibes, Modern Day Slaves” – vencedor da World Press Photo 2016 – Assuntos contemporâneos – 1º Prémio Histórias, 2016; – POYi – História sobre Assuntos Contemporâneos, 2016 ; – Vencedor do Prémio Estação Imagem, 2016
O seu trabalho foi publicado na Newsweek, The New York Times, International New York Times, Washington Post, CNN, El País, TIME Lightbox, CTXT e Neue Zurcher Zeitung.
EXPOSIÇÃO: TALIBES, MODERN DAY SLAVES
© Mário Cruz
Talibe é um termo árabe para discípulo. O que deveria ser uma escola, é muitas vezes um local de tortura. O que deveria ser um sistema de educação é, frequentemente, um sistema de exploração.
No Senegal, existem centenas de escolas corânicas (daaras) onde se encontram aprisionados rapazes, dos 5 aos 15 anos, que são obrigados a mendigar nas ruas oito horas por dia para o seu marabout.
Estas falsas daaras estão constantemente superlotadas. Malária, doenças da pele, problemas pulmonares e parasitas estomacais são comuns. Milhares de talibes sobrevivem durante anos sob estas condições, enquanto outros fogem para as ruas, onde ficam vulneráveis a novos abusos.
O número de talibes está a aumentar e, de acordo com a Human Rights Watch, mais de 50 mil rapazes estão sujeitos à mendicidade forçada, registando 30 mil talibes só na região de Dacar.
O tráfico de crianças desempenha um papel crucial nos números de hoje. A maioria dos talibes são senegaleses mas o número de crianças traficadas de países vizinhos, como é o caso da Guiné-Bissau, aumentou.
Os abusos físicos são conhecidos pela sociedade, mas não são vistos porque permanecem no interior das daaras, escondidos em locais proibidos. Os guardiões estão conscientes dos crimes que cometem e continuam este sistema de exploração na escuridão, sem medo de que a lei seja aplicada contra eles.