PORTUGAL

Entre 1990 e 1992 colabora como fotógrafo na revista ai – Amnistia Internacional, secção portuguesa. Entre 1992 e 20011 dedica-se exclusivamente à sua profissão, professor do Quadro de Escola. Em 2005 participa no Projecto Atlântico de Arte Digital, ilha de Santa Maria, IAC – Instituto Açoriano da Cultura. Em 2011 entra de licença sem vencimento para se dedicar novamente à Fotografia. Em 2012 conclui a Pós Graduação em Fotografia, Projecto e Arte Contemporânea e participa na Residência Artística “Conviver na Arte – Campo de Estudos”, patrocinada pela Fundação Robinson. Em 2013 participa como Fotógrafo Emergente Projecto “Entre Margens” promovido pela Fundação Museu do Douro e pelo colectivo Kameraphoto e participa no Projecto Artístico Internacional “Portas Abertas”, uma iniciativa do Fórum da Fundação Eugénio de Almeida. Em 2014 é o recebedor da Bolsa Estação Imagem Mora, frequenta a residência artística “Ser e Devir”, Museu Côa e é convidado para a Coordenação Científico-Artística da residência artística “Conviver na Arte 2014 – Campo de Estudos”, Fundação Robinson. Em 2016 participa nas Residências Artísticas do Centro de Estudos de Arte Contemporânea 2016 em Vila Nova da Barquinha.

2016 – Exposição Individual “Meia Laranja”, Museu marítimo de Ílhavo, Ílhavo.
 

2015     – Exposição Colectiva, “The City and Me”, CreArt European Exhibition 2015, Pardubice (01/07-30/08/2015), Linz (16/09-30/10/2015) e Génova (20/11/2015-10/01/2016).

– Exposição Individual, “PRESENTE”, Bolsa Estação Imagem, Viana do Castelo.

2014     – Exposição Individual, “AVEIRENSE”, Museu da Cidade de Aveiro, Aveiro.

– Exposição Individual “+ESSENCIAL”, Fundação Robinson, Portalegre.

– Exposição Colectiva “Conflitu[al]”, Museu Municipal de Espinho, Espinho.

2013     – Exposição Colectiva, “via Estreita”, Projecto Entre Margens 2013, Vila Real e Régua.

– Exposição Individual, “EU”, Fábrica Braço de Prata, Lisboa.

2012     – Exposição Colectiva, “VERDE”, Palácio Galveias, Lisboa.

– Exposição Individual “Não Habito Aqui”, Academia das Artes e da Juventude da Ilha Terceira, Açores.

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PRESENTE – Mora                                                                                                                                       Bolsa Estação Imagem 2014

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© Hermano Noronha

“Glória aos que Lutam ! Nesta evocação permitam-me que destaque alguém. Primeiro, os jovens que ao serviço da Pátria ficaram inválidos ou mutilados. Quero afirmar aqui que não só não são esquecidos como, pelo contrário, constantemente estão presentes nas preocupações do Governo.” in: “Razões da Presença no Ultramar” – Marcelo Caetano, 1972.

Quase todas as histórias irão morrer, é inevitável… mas hoje a Guerra do Ultramar é uma história que continua a existir, que decorre, que ainda não se encerrou no silêncio do pó dos livros ou no recôndito dos documentos. De quando em vez emergem testemunhos sobre essa época que se quer acreditar passada e arrumada. Mas a verdade é que falar sobre esses tempos ainda dói. A matemática é fácil de se fazer! – Estamos em 2015, portanto os então jovens e adultos de 1961 a 1974 são hoje homens na casa dos 60, 70 anos e cruzam-se connosco no café, nos transportes públicos, na fila do supermercado, na farmácia, por todo o lado e isso não nos é PRESENTE.

Quando parti para o cumprimento da Bolsa Estação Imagem sabia ir remexer numa ferida silenciosa, ainda por sarar. Uma ferida que também é minha (nasci em 1967), uma inquietação que desejo satisfazer, se alguma vez for possível entender a violência de uma guerra que mata pais, filhos, irmãos, amigos, conhecidos, desconhecidos. Uma guerra que tocando a todos parece já não tocar a ninguém, camuflada pelo 25 de Abril, silenciada por uma impressão de liberdade.

Em Mora encontrei o que se pode encontrar por todo o país. Basta um olhar atento, consciente e a fonte abre-se, a narrativa individual jorra, confessa, acusa, condói-se e, sobretudo, manifestando-se, exorciza um mal que transporta, que só é partilhado no recato de um circulo de confiança.

Mais do que uma sentida homenagem a estas gerações pretendo com este trabalho contribuir para inscrever na realidade, no PRESENTE e na primeira pessoa do singular os seus testemunhos.

Vivemos num mundo onde a banalização da imagem leva à indiferença sobre o seu conteúdo, mas para este trabalho senti-me compelido a registar muito para além do meu hábito e, enquanto o fazia, senti-me sempre aquém da sua possibilidade… é que em cada um dos que encontrei observei duas guerras, uma sofrida e que se afasta no tempo e uma outra que persistia por contar.

Hermano Noronha

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