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Jose Luis Gea Arques, nasceu em Orihuela (Espanha) em1967.
Faz fotografia desde 1999. Só dez anos depois é que sente necessidade de encontrar um caminho criativo e de divulgar o seu trabalho.
Desde 2012 começa a mergulhar na fotografia social, praticando a fotografia de rua (street photography). Pertenceu a diversos grupos, como por exemplo “street view photography Spain”, sendo actualmente membro e fundador do colectivo Street Soul Photography. Escreve, como colaborador, na revista DNG Photo Magazine sobre fotografia de rua.
Sendo o seu trabalho fundamentalmente de fotografia de rua, tende a procurar cada vez mais o seu lugar como fotógrafo social fugindo de linhas, simetrias, excesso de sombras e saturação de cores centrando-se mais no aspecto humano das pessoas fotografadas, tentando que o detalhe de uma boa história faça com que a fotografia sem recordada pelo observador.
Interessado na promoção e desenvolvimento de eventos fotográficos na sua cidade organizou festivais e encontros como o EFI (Encuentro Fotográfico Ibérico) juntamente com fotógrafos portugueses e espanhóis assim como o projecto que juntamente com o colectivo Street Soul Photography leva a cabo desde há dois anos o Fotomatón Festival. Uma iniciativa para que a fotografia tenha um lugar destacado em Orihuela.
A sua evolução como fotógrafo foi marcada pela passagem da fotografia digital à fotografia analógica, sendo grande parte do seu trabalho a preto e branco.
Hoje em dia procura projectos pessoais trabalhando em médio formato e namorando com a película de cor.
EXPOSIÇÂO: O OLHO CÍCLOPE
© Jose Luís Gea Arques
O olho cíclope. O olho que a lenda grega descreve perfeitamente ao contar a história de Polifemo e Ulisses. Sempre gostei desta lenda. Faz-me pensar em como vemos a vida dos fotógrafos com o nosso olho cíclope. A maioria das fotografias, salvo raras excepções, movem o nosso olhar único visor, a extensão da lente da nossa câmara, seja ela reflex, telemétrica, etc. Vemo-nos obrigados a olhar diferente com um só olho, como Polifemo.
Com este olho cíclope vi durante muitos anos o mundo que me rodeia; a gente, os seus costumes e o seu ambiente, na minha visão particular da fotografia social ou de rua. A câmara como ferramenta permite-me traduzir através do seu visor um olhar binocular a um olhar monocular que é único em cada fotógrafo.
Nesta exposição apresento uma mostra do que esse olho cíclope me presenteou ao longo dos últimos cinco anos. Momentos únicos a preto e branco que estão refletidos nestas 15 fotografias.
Não considero a fotografia de rua como um conjunto de luzes e sombras preenchidas com um elemento humano. Necessito que exista algo que rompa o silêncio estético desse tipo de fotos, por isso considero-me mais um fotógrafo social que de “street”. Para mim vale mais o gesto que a nitidez e não me preocupa demasiado os extras que me fornece a tecnologia.
Esta é uma colecção de fotografias tanto digitais como analógicas cujo nexo comum é o olhar social e a história que se pode associar a cada uma delas. É a forma de olhar deste Polifemo através da sua câmara.
texto de José Luís Gea Arques