COLÔMBIA

Aos 18 anos fiz um curso de fotografia na escola de publicidade e herdei a Rolleiflex do meu pai.

Aos 21 instalei o meu laboratório analógico preto e branco. Em 1982 fui técnico de laboratório de Fernando Berón, fotógrafo de Cali, por alguns anos.

Em 1985 e 1986 estudei gravura na oficina do mestre Fabio Daza.

Deixei a fotografia analógica em 1995; mas em 2000 adotei o Photoshop. Em 2009, em Bogotá, iniciei minha apresentação pública com a exposição de fotografia digital OVEREXPOSED, em formato 20 x 28. Em 2011, publiquei a série Broken Windows, e uma experimentação livre sobre a perversa cultura colombiana de violência.

 

EXPOSIÇÃO: Colombia año tras año, tras año, tras año, tras año…

© Juam Berom

“…o assassinato de desmobilizados na Colômbia é uma tradição. Guerrilheiros, guerrilheiros desarmados ao longo dos anos e depois assassinados um a um – já desarmados e à queima-roupa – como aconteceu com Guadalupe Salcedo. Depois, houve o caso da União Patriótica. Belisario Betancur ofereceu amnistia às FARC para que formassem a UP, para depois assassinar cerca de 5.000 militantes deste partido político”.

Sempre me impressionou a manipulação mediática que a direita colombiana faz do complexo conflito armado que nos confronta como sociedade há cerca de sessenta anos. Um de seus aspectos mais ferozes e angustiantes é o continuado assassinato de pessoas indefesas, pessoas comprometidas com a luta das comunidades pelos seus direitos, por direitos humanos. Assassinatos impunes que estou testemunhando nesta série.

Para transmitir esse facto avassalador e destrutivo sem atacar vítimas indefesas, decidi encarnar simbolicamente essa violência excessiva e descarada em uma representação do meu próprio corpo. Expressar com o olhar naquele autorretrato a resistência que as nossas comunidades opõem à agressão, e a exigência de responsabilidade perante aquela sociedade permissiva com covardia.

A insuportável regularidade da violência é indicada pelas notas de rodapé retiradas da imprensa diária nas suas notícias diárias sobre essa barbárie.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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