PORTUGAL |

Manuela Vaz, 1958, Porto

Licenciada em Geografia pela FLUP, tem a fotografia como forma de expressão desde muito cedo. Na adolescência “roubou” a máquina fotográfica ao seu pai, para não mais lha devolver: uma preciosa Yashica minimatic, que ainda hoje conserva e que ainda utiliza.

Durante anos foi essencialmente curiosa e autodidacta na fotografia, procurando aperfeiçoar os seus conhecimentos com leituras da especialidade, através do contacto com outros fotógrafos e em workshops. A sua educação formal em fotografia começou no Instituto Português de Fotografia, 2006. Em 2018 concluiu o Master em Fotografia Artística no Instituto Português de Comunicação e Imagem (IPCI), no Porto, onde explorou novos caminhos de expressão fotográfica.

Expõe os seus trabalhos desde 2000, em exposições individuais e colectivas um pouco por todo o Portugal. Destaca a exposição colectiva “Desertos e Desertificação”, no Centro Cultural de Belém e a exposição individual que integrou o Congresso do Ouro, na Póvoa de Lanhoso, ambas em 2007. Em 2015 esteve presente na Bienal da Maia, no Fórum Maia, no trabalho “Lugares de Viagem—Momento II”, uma mostra colectiva. Desde 2014 que participa em várias exposições colectivas realizadas na Galeria Mira Fórum, no Porto.

Realizou a sua primeira exposição individual no estrangeiro em Maio de 2009, no Luxemburgo, a convite do Instituto Camões, com o tema “Sonhos em Ponta de Pé”. Um dos seus trabalhos integra a colecção privada do Instituto Camões.

Recebeu uma Menção Honrosa no MIFA Photo Awards, em 2015, o que lhe proporcionou estar numa exposição colectiva na FotoLoft Gallery, em Moscovo.

Foi finalista em 2015, 2016 e 2017 no Mira Mobil Prize, organizado pelo Mira Fórum, no Porto.

Tem trabalho publicado em livros e em revistas da especialidade.

 

EXPOSIÇÃO: FINITUDE

© Manuela Vaz

Era uma vez um bloco de notas que cabia na palma da mão. Castanho pardo, de folha encorpada. Meio século depois nem uma letra havia nas suas páginas. No entanto, o número de folhas duplicara, triplicara… Cada folha do caderno abrigava pelo menos uma outra folha, a de uma planta.  Ali foram sendo colocadas e ali foram sendo esquecidas. Resistiram as nervuras, agora teias, ou rendas, delicadas. Mereciam ser eternizadas, ser objetos de arte.

A cianotipia* tornou possível um trabalho singular e irrepetível. Cada imagem tem vida própria, tal como cada folha seca dentro do bloco de notas. Digitalizei primeiro cada uma por inteiro. Depois fui aos pormenores. Procurei as texturas, reduzindo-as aos seus ínfimos detalhes e libertando-as da forma convencional e reconhecível de imediato.

Inúmeras imagens foram surgindo. Cada uma vale por si. Lado a lado constroem painéis com o tamanho que a criação entender.

*técnica fotográfica alternativa

 

 

 

 

 

 

 

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