Alexandre Freitas faz a fotografia muito antes de estar com a câmera na mão. Fotografa só olhando os detalhes da cidade, como um grafismo formado por prédios sob um céu muito azul ou um pedaço de bueiro, algo escondido que, de repente, torna-se potência de imagem fotográfica em seu olhar. Desnuda em seus detalhes, a cidade se mostra só para ele. Depois do quadro já pensado – e podem se passar alguns dias ou até mais tempo -, ele volta com o equipamento, a melhor lente para a situação, na hora da luz exata, no melhor dia para clicar aquela foto que já está feita, que já é. Alexandre é daqueles casos em que o talento e a sensibilidade encontram uma porta aberta. Talento e sensibilidade acompanhados de responsabilidade, preciosismo e dedicação: “Eu tinha uns 19 anos e precisava trabalhar. Nunca tinha pensado em fotografia, era jovem, mas a primeira porta que se abriu foi a de um estúdio”.
Nascido e criado em Florianópolis, vem trilhando, desde então, entre estúdios e empresas de impressão fotográfica, mais de vinte anos no campo das imagens. Cerca de 12 destes anos passou trabalhando como assistente em um estúdio bastante reconhecido na área de fotografia para publicidade. “Ali vivenciei a fotografia no cotidiano, em cada fase da criação. Era um tempo em que não havia ainda a chamada finalização: o produto final era o filme, ou seja, não havia margem para ‘outro clic’. Foi um grande aprendizado de precisão”, explica. Alexandre teve, nestes anos, generosos ensinamentos de fotógrafos já conhecidos, como Cláudio Brandão e Sérgio Vignes.
Foi a partir do incentivo que começou a andar pela cidade e encontrar fotografias apenas com o olhar, sem a câmera. Ganhou de Vignes um simulador de câmera de papelão, para aprimorar o olhar. E a sensibilidade e preciosismo pessoais deram conta dele não parar mais de ver fotografias e, depois, voltar com o equipamento para captar: “Meu processo criativo é assim, acontece naturalmente. O mais excitante nesse processo de caminhar pelas ruas é, ao dobrar uma esquina, ela, a foto, pode estar lá, me olhando, me esperando, naquele exato instante, aquela que em outras oportunidades não se mostrou, não me sorriu”.
Atualmente, Alexandre é sócio de uma empresa de impressão e, como diz, “usa os tempos vagos para ‘brincar’ de fazer imagens, sem compromisso ou pauta, 100% autoral”. Ele não gosta de dar título às suas fotos, nem de pensar em sua produção como “séries”.
Exposições:
2015 – Participou da Exposição Fotográfica Fui nadar no céu porque não sei voar, do Núcleo de Estudos em Fotografia e Arte, na Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Pecchietti, Florianópolis/SC.
2015 – Participou da Exposição Fotográfica Coletivo Multicor – Intercâmbio de imagens, no Instituto Internacional Juarez Machado, Joinville/SC.
2014 – Participou da Exposição Fotográfica Coletivo Multicor – Intercâmbio de imagens, no Museu da Escola Catarinense, Florianópolis/SC.