BRASIL  I  www.instagram.com/anderson_conejo

Formado em Letras na Universidade Federal do Pará, Mestre em Comunicação e Especialista em Fotografia pela Universidade Estadual de Londrina, atualmente Doutorando em Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina. É Fotojornalista freelancer com publicações em vários veículos de notícias e agencias nacionais e internacionais. Foi docente em fotografia publicitária no curso de Propaganda e Marketing da Universidade do Norte do Paraná. Foi vencedor de vários prêmios nacionais e internacionais como o Premio Periodismo Cientifico del MERCOSUR e o Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo.

Publicou nos anos de 2013, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019 fotografias no livro “O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro” da editora Europa. No livro “Estrada Real – Imagens e poesia” pelo Instituto Estrada Real / SESI-MG. No catálogo “Crônicas urbanas”, compondo a exposição convidada no II Prêmio Diário contemporâneo de Fotografia em 2011. Participou de diversas mostras fotográficas nos estados do Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro e no Uruguai.

 

EXPOSIÇÃO: A terra dos filhos do sol – Desafio do povo Xokleng

 

© Anderson Coelho

 

O povo Laklãnõ-Xokleng lutam pela preservação da cultura e demarcação de suas terras enquanto sofrem os impactos de uma enchente sem precedentes. São refugiados dentro de seu próprio território.

O povo Xokleng, morador da Terra Indígena Ibirama-Laklãnõ, são originários de uma vasta região que hoje compreende os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, enfrentam uma histórica perseguição desde o século XIX, quando o processo de colonização europeia tomou forma na ocupação de terras no sul do Brasil, e que deixou esse povo restrito entre as montanhas do Vale do Rio Itajaí-açu. O povo Xokleng ocupava a região há “pelo menos cinco mil anos”.

Dentre todos esses desafios o povo Xokleng busca estabelecer sua cultura, retomar suas tradições, num cenário de enchentes, ocupação de fazendeiros e madeireiros dentro de sua reserva ambiental. Além disso está em uma grande disputa judicial pelo Marco Temporal, tese julgada pelo STF (Superior Tribunal Federal) do Brasil, que se originou nessas terras, onde se julgaria que as terras originárias dos Xokleng, seriam apenas as promulgadas a partir de 1988, ano da publicação da constituição brasileira. Isso abriria um precedente desastroso na luta pela terra indígena em todo país, pois o julgamento serviria de referência para outros casos.

Mesmo como essa complexa situação os Xokleng, querem sua identidade, que em sua cosmogonia gira em torno da arvore da Araucária, o Zag. Hoje replantando a árvore, que é simbólica para o sul do Brasil, em sua terra indígena. O projeto do Instituto Zag é uma iniciativa que busca através do replantio, a retomada da consciência da cultura e tradições do povo Xokleng, bem como o cuidado com sua própria terra.

Com todos esses embates, em outubro de 2023, o povo Laklãnõ-Xokleng, enfrentou mais uma tragédia em seu território: uma enchente sem precedentes, causada pelas fortes chuvas da época e agravada pelo fechamento, com uso de força policial, das comportas do reservatório da Barragem Norte, encravada no coração da terra indígena. A ordem foi dada pelo governo estadual.

Mais de 300 pessoas tiveram de ser levadas às pressas para uma área segura, com a água tomando aldeias e estradas, próximas à barragem. Armaram barracas enquanto viam suas casas sendo invadidas pelas águas e suas comunidades isoladas – uma saga que se repete desde a década de 1970, a cada nova enchente, desde a construição compulsória na barragem no meio da terra indígena.

O ensaio A terra dos filhos do sol – O Desafio do povo Xokleng, é uma pequena mostra dos embates que esses indígenas do sul do Brasil, enfrentam para poder sobreviver. São refugiados em seu próprio território.

Anderson Coelho

Outubro de 2024

 

 

 

 

 

 

 

 

Total Page Visits: 268 - Today Page Visits: 1