VENEZUELA

Beatriz Grau, é Artista e Professora, com um MFA em Fotografia, pela Escola deGlasgow de Arte. Vive e trabalha na Colômbia desde 1998. O seu trabalho concentra-se na imagem fotográfica, na medida em que esta é determinada pelo tempo, olhar e processos inerentes aos suportes fotográficos. As relações e complexidades entre esses três elementos desdobram-se lentamente através de passeios deliberados de paisagens remotas, familiares ou mesmo superficiais das próprias imagens.
É professora do Departamento de Arte da Universidad de los Andes, em Bogotá, desde 2007. É professora da Universidad del Valle e do Instituto Departamento de Belas Artes, ambos em Cali.
Já expôs na Venezuela e Colômbia

 

EXPOSIÇÃO: La Caracas

© Beatriz Grau

 

A exposição descreve uma série de passeios fotográficos que fiz regularmente pela Avenida Caracas em Bogotá.
Desde a expansão da Carrera 14 em 1933 e sua rebatização como Avenida Caracas, esta tem sido a promessa constante de um futuro “moderno” que nunca chega. Os carros elétricos dos anos setenta; as barreiras anti-pedestres do “Troncal de Caracas” nos anos oitenta; trans-milénio nos anos 2000, o monumento aos Heróis; a extensão da rodovia norte; e em 2022, a primeira linha do metro.
Percorro esta complexa estrada de norte a sul. Eu ando e tiro fotos. É a melhor maneira de resumir o que eu faço. Existe uma relação entre andar e olhar para as imagens, por vezes tão fixas, tão definidas, fazem-nos esquecer. caminhar é um caminho constantemente alterando o ato de ver. Para quebrar a ilusão do ponto de vista fixo e estático que rege o modo como a cultura ocidental imagina o olhar.
Visualizo os passeios de Caracas como um acúmulo de vetores. De direções e contra-direções do olhar. A caminhada, os olhos e a camara gravar a rota de diferentes maneiras. É justamente o que dá ao ato de ver uma espessura.
Uso a palavra “paisagem” para me referir a um lugar como Caracas porque quero enfatizar com esse gesto, que as imagens não buscam uma narrativa forte. Por ele. Ao contrário, o que buscam é manter a espacialidade da experiência visual